segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A verdade por trás das remoções da Vila autódromo.

Muito se fala sobre o real poder da prefeitura em remover uma favela de certo bairro. Recentemente a remoção, quase que completa, da Vila autódromo, da recém ampliada, Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), chamou a atenção de poucas pessoas, mas reascendeu um receio em que passou a vida inteira investindo em seu lar, humilde lar.

            No fim desta postagem, seguem os links das fontes das reportagens que geraram essa publicação. Porém gostaríamos de destacar aqui, que muitos moradores, consideram que o fato de 20 famílias terem conseguido permanecer no local, uma vitória. 
              Mas se o caso fosse a permanência integral? Em que as lideranças comunitárias erraram para perderem a luta pelo objetivo da permanência da Vila Autódromo? Destacamos três pontos fundamentais que resultaram na remoção dos moradores.

Maquinário destruindo as casas desapropriadas.
 Primeiro: Falta de um senso comum;
Em 2007, quando os jogos Panamericanos foram realizados surgiu o primeiro de muitos boatos que a comunidade seria removida ou receberia algum projeto de saneamento básico. Como nenhum das duas coisas aconteceram, o que se pode vê foi uma série de manifestações que cobravam da prefeitura respostas. Ou seja, à primeira vista, não parecia que ficar na comunidade era vontade de todos.

Segundo: Liderança Comunitária;
Esse segundo ponto justifica o primeiro. Nos momentos finais do movimento de resistência, vimos organização, força de vontade e liderança. Mas foi tarde demais. O prefeito já havia dado o seu grande golpe, que infelizmente, desfalcou uma parcela considerável dos que ainda resistiam às propostas indecorosas do Eduardo Paes.

Terceiro: Valores das indenizações; 
Quando se fala em receber um apartamento novo, ao invés de continuar em uma casa sem saneamento básico, ou até mesmo, em continuar, em uma casa sem espaço para as crianças ao invés de ter uma quadra, piscina e muros protegendo sua família, fica difícil criticar quem cedeu à tentação ao invés de continuar lutando. E somando isso à uma indenização mesquinha, paga pela prefeitura, entende-se porque no final o movimento perdeu. E fica uma breve lição, de que a massa não é forte se não carregar o desejo da maioria.  
Guardas Municipais acompanham manifestação pacífica

           O local é designado pela Lei Complementar 74/2005 como área de especial de interesse social para fim de moradia. E essa foi a principal alegação dos moradores que elaboraram um projeto, batizado Plano Popular da Vila Autódromo, foi desenhado por professores e alunos de arquitetura, sociologia e assistência social das Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e visa o saneamento e uma pequena urbanização da comunidade, além de prometer solucionar violações ambientais que existem atualmente na região.
             Paes recebeu 10 dos representantes, mas não se comprometeu com a urbanização da favela. O prefeito, que concorre à reeleição, alegou que este é um momento eleitoral complicado e teme que qualquer medida seja utilizada para fins políticos.
"Essas pessoas moram lá há 40 anos. Não existe incompatibilidade entre o Parque Olímpico e a Vila Autódromo", disse Regina Bienenstein, professora da UFF e coordenadora do projeto.
"Trata-se de uma comunidade pacífica. Não existem motivos sociais, de segurança ou ambientais que justifiquem a remoção", frisou a arquiteta.
Em entrevista ao Estado na semana passada, Paes reforçou que mantém a posição de retirar os moradores do local para um condomínio a poucos quilômetros de distância. Disse, porém, que a remoção não vai se iniciar enquanto as novas moradias não estiverem prontas.
Os moradores rejeitam tal proposição. "A prefeitura tenta retirar a gente de lá há 20 anos. Mas continuamos a resistir", disse a artesã Jane do Nascimento Oliveira, de 57 anos. "Nosso projeto prevê até que a prefeitura regularize as moradias e o comércio, que nós pagaremos os impostos", disse Jane.
Conjunto Habitacional Parque Carioca - "Jambalaia"

Outro argumento favorável apontado pelos idealizadores do projeto é o custo. Segundo os números do Comitê Popular da Copa e Olimpíada do Rio de Janeiro, a urbanização da comunidade custaria R$ 13,5 milhões, bem abaixo dos R$ 38 milhões previstos para o reassentamento total dos moradores.

Dutra S.
Fonte: 
http://esportes.estadao.com.br/noticias/geral,vila-autodromo-apresenta-projeto-de-reurbanizacao-imp-,917764
http://espn.uol.com.br/video/401893_rio-2016-festa-olimpica-contrasta-com-tristeza-da-vila-autodromo-entenda

Nenhum comentário:

Postar um comentário